domingo, 15 de novembro de 2009

Notícias / Mundo

Casal gay fica ''orgulhoso e nervoso'' com permissão da justiça para casar

SÃO PAULO - A decisão histórica da Justiça argentina, de ordenar que o Registro Civil do país realize o primeiro casamento entre homossexuais, criou um sentimento de alegria e tensão em Alex Freyre, de 39 anos, e José María Di Bello, de 41. Em entrevista ao jornal "Clarín", os primeiros gays autorizados a se casar no país celebraram a conquista.


"Estamos orgulhosos, felizes, nervosos... Somos o primeiro casal do mesmo sexo a que a Justiça dá razão, nossos nomes estão entrando na história", disseram.


Uma juíza argentina autorizou o casamento e abriu um precedente que pode fazer do país católico o primeiro da América Latina a permitir o casamento de casais do mesmo sexo.


"Este passo tem um valor simbólico, pois representa uma mudança no olhar da sociedade", disse José Maria, que é psicólogo.


Segundo o jornal, o casal se conheceu em março de 2005, em um encontro nacional de pessoas portadoras do HIV. Os dois vivem juntos, mas mantêm casas separadas. Na entrevista, eles disseram estar apenas esperando a confirmação para "sair correndo ao Registro Civil para fazer valer nosso direito de dizer: 'Sim, aceito'".


Decisão legal


A decisão desta semana da juíza Gabriela Seijas, de Buenos Aires, deve aumentar a pressão sobre parlamentares para debater um projeto de lei sobre o casamento gay, que atualmente está travado no Congresso. Buenos Aires foi a primeira cidade latino-americana a aprovar a união civil entre casais do mesmo sexo, em 2002.


O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, anunciou na última sexta-feira (13) que não vai recorrer da decisão. "A lei deve tratar todos com o mesmo respeito, de acordo com suas singularidades, sem a necessidade de entender ou regular as pessoas", disse Gabriela Seijas ao anunciar a decisão.


A união civil em Buenos Aires e em outras cidades argentinas garante aos casais de mesmo sexo alguns, mas não todos, direitos das uniões oficiais. A união civil entre pessoas do mesmo sexo já é permitida também no Uruguai e na Cidade do México.